sábado, 8 de junho de 2013

"PULP" - Charles Bukowski


Recentemente descobri um autor Norte-Americano (até bastante conhecido por acaso, nem sei como nunca tinha lido nada dele anteriormente), que me atraiu bastante.
Esse autor é Charles Bukowski, nascido em 1920 na Alemanha, filho de pai Americano e mãe alemã, foi para os Estados Unidos logo em pequeno, para Los Angeles onde viveu quase toda a sua vida.
Charles Bukowski é mais um daqueles autores aos quais podemos colocar o rótulo de "malditos". Apesar de ser um excelente autor e poeta (considerados por muitos um dos melhores do séc. XX), também foi um Homem de excessos, toda a sua vida foi levada ao extremo, irreverência, muito álcool, tabaco, e muitos mais vícios, que duraram toda a sua vida.
Bukowski apesar de nunca se ter juntado a eles é igualmente considerado como o último escritor do movimento "Beat" (corrente literária dos anos 50 cujos nomes mais conhecidos são Kerouac, Ginsberg e Burroughs).
Morreu de pneumonia devido aos tratamentos para a leucemia em 1994 com 73 anos.
O livro que me apresentou a este autor é justamente o último que ele escreveu, "Pulp".
"Pulp" é um dos poucos livros dele que não é autobiográfico, é um romance misto de policial "noir" com uma pitada de comédia e ironia q.b..
Neste livro Bukowski traz-nos Nike Belane um detetive privado ao estilo de Philip Marlowe de Raymond Chandler que é contratato por uma linda mulher que se intitula "Dona Morte" para encontrar "Céline", que supostamente estaria morto há mais de trina anos mas que é visto regularmente numa livraria de L.A., a partir daqui Nick Belane vê se envolvido numa série de peripécias, perseguições, lutas, sexo, enganos e desenganos, vigaristas e também noutros casos com contornos estranhos, como por exemplo uma invasão extra-terrestre ou a busca de um pássaro misterioso que nem sequer se sabe se existe.
A escrita de Bukowski é como ele, dura, dos bairros pobres, dos bares, da vida da noite, com muita gíria e calão, mas ao mesmo tempo prendo-nos ao livros e neste particular com tanta e estranha ação, faz-nos devorar o livro em menos de nada.
Gostei tanto que já ando a ler outros livros dele.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

“Tudo o que te disser” - Manuel António Pina



São feitas de palavras as palavras
e da melancolia da 
ausência da prosa e da ausência da poesia.

É o que falta que fala
do lugar do exílio
do sentido e da falta de sentido.

Tudo o que te disser
tudo o que escrever
sou eu a perder-te,

cada palavra entre
o que em mim é corpo
e é nela sopro.

“Tudo o que te disser” - Manuel António Pina

domingo, 26 de maio de 2013

Feira do Livro 2013



Apesar de já há muito tempo não postar nada aqui no blog, não quer dizer que tenha "abandonado" este meu vício de ler e de tudo o resto que tenha a ver com livros e o mundo que os rodeia.
Sendo assim, aproveitando já estar em Lisboa hoje, decidi dar uma "espreitadela" à edição deste ano da Feira do Livro de Lisboa.
Para mim ir à Feira do Livro, é um ritual que eu raramente falto, adoro lá ir, subir e descer o Parque Eduardo VII várias vezes, ver os livros, os stands, as pessoas e toda a animação que rodeia este acontecimento literário.
Infelizmente, desde alguns atrás para cá, não há ano nenhum em que não haja algo a ensombrar a Feira, e este também houve... Não diretamente com a Feira de Lisboa, mas a não realização da mesma no Porto.
Sendo assim, depois de um bom almoço de comida oriental na Baixa e de um café numa esplanada num dos quiosques da Avenida da Liberdade, lá fui eu...
A Feira em si, mantém-se na mesma forma física, duas filas de stands em ambos os lados do Parque,  intervalados com alguns stands de comes e bebes e de atividades lúdicas e recreativas (principalmente para os mais pequenos).
Hoje estava um dia excelente, não muito quente, apenas com um pouco de vento, mas nada que chateasse o que tornou o passeio ainda melhor, comecei pelos stands dos alfarrabistas e livrarias, onde se podem encontrar livros e edições antigas ou de fim de catálogo e quase sempre a preços muito acessíveis, depois passei pelas editoras de livros técnicos e das
universidades e depois as editoras "generalistas".
Tal como sabemos, o mundo editorial e o livro, cada vez mais é ditado tanto pelo mundo económico, como pelas modas...
Em relação às "modas", não me pronuncio... Mas em relação ao resto, infelizmente cada vez mais as editoras, não são editoras cuja missão era divulgar a literatura, os autores, a cultura, mas sim "máquinas de fazer dinheiro".
Quem conhece o meio editorial em Portugal, sabe que existem bastantes editoras, e também sabe que muitas dessas editoras estão agregadas a três grupos que atualmente dominam o mundo do livro e isso reflete-se também na feira.
O que eu quero dizer com isto, é que com a agregação dos stands das editoras desses grupos em "praças", com sensores de alarmes, seguranças e filas para pagamento nas caixas, tira em muito o espírito de "Feira", e parece que estamos em qualquer centro comercial.
E este ano ainda mais triste fiquei, porque umas das editoras que mais gosto e onde compro livros, a Assírio & Alvim, foi adquirida também por um desses grupos e estava para "lá enfiada",e descaracterizada, com livros de extrema qualidade pouco visíveis e preteridos por outros da "moda".
Mesmo assim, ainda comprei dois livros, "Cultura - Tudo o que é preciso saber" de Dietrich Schwanitz e "Todas as Palavras - poesia reunida" de Manuel António Pina.
Apesar de tudo foi um bom passeio e uma tarde bem passada.