sábado, 25 de agosto de 2012

50 livros que toda a gente deve ler.


O jornal Expresso, no seu suplemento cultural (Atual) através de um conjunto de jornalistas/escritores seus colaboradores (Ana Cristina Leonardo, Clara Ferreira Alves, Henrique Monteiro, José Mário Silva, Luísa Mellid-Franco e Pedro Mexia) fez uma lista de 50 livros que toda a gente deveria ler.
As razões por eles apontadas para serem estes e não outros são por eles justificadas desta forma:

“Não há listas perfeitas. Escolher 50 livros (ou 100) implica sempre deixar de fora muitas obras igualmente importantes - ou até mais importantes - que poderiam com toda a justiça estar no lugar destas. Conscientes de que é impossível agradar a gregos e a troianos, pretendemos fazer uma seleção equilibrada, com natural predomínio dos clássicos (essas obras que já passaram o crivo do tempo e entraram no cânone), mas também com algumas apostas pessoais dos colaboradores, escolhas talvez menos óbvias e que esperamos possam corresponder a surpresas e descobertas.
Estes 50 títulos foram fixados após um processo de sobreposição de várias listas. A ordem em que aparecem não reflete qualquer juízo de valor comparativo. E uma coisa é certa: mais ou menos consensuais, todos os livros sugeridos têm uma qualidade literária acima de qualquer suspeita.”
Texto publicado na revista Atual de 18 de agosto de 2012”
Depois disto tudo fiquei curioso e fui ver quais eram os livros e evidentemente que fiz a minha listagem para ver quais os que já li, os que tenho na minha posse mas que ainda não li e por fim os que não possuo nem li.
E os resultados são os seguintes:
“Guerra e Paz” - Lev Tolstói – Possuo, mas não li
“Ficções” - Jorge Luis Borges – Possuo e já li
“Crime e Castigo” - Fiódor Dostoievski – Não possuo e não li
“As Elegias de Duíno” - Rainer Marie Rilke – Não possuo e não li
“Ulisses” James Joyce – Possuo e já li
“À Espera de Godot” - Possuo e já li
“MacBeth” - William Shakespeare – Não possuo mas já li
“Os Miseráveis” - Victor Hugo – Possuo mas não li
“A República” - Platão – Não possuo e não li
“O Coração das Trevas” - Joseph Conrad – Possuo e já li
“O Homem Sem Qualidades” - Robert Musil – Possuo e já li
“O Processo” - Franz Kafka – Possuo e já li
“Madame Bovary” - Gustave Flaubert – Possuo mas não li
“A Vida e Opiniões de Tristam Shandy” - Laurence Sterne – Não possuo e não li
“A Vida Modo de Usar” - Georges Perec - Não possuo e não li
“Memórias Póstumas de Brás Cubas” - Machado de Assis - Não possuo e não li
“O Ofício de Viver” - Cesare Pavese - Não possuo e não li
“A Montanha Mágica” - Thomas Mann - Possuo e já li
“Retrato de Uma Senhora” - Henry James - Não possuo e não li
“Lolita” - Vladimir Nabokov – Possuo e já li
“Rayuela – O Jogo do Mundo” - Julio Cortázar - Não possuo e não li
“Em Busca do Tempo Perdido” - Marcel Proust – Possuo mas não li
“Moby Dick” - Herman Melville - Não possuo e não li
“Se Isto é Um Homem” - Primo Levi – Possuo mas não li
“O Vermelho e o Negro” - Stendhal – Possuo mas não li
“O Grande Gatsby” - F. Scott Fitzgerald – Possuo e já li
“Ensaios” - Michel de Montaigne - Não possuo e não li
“Poeta em Nova Iorque” - Federico Garcia Lorca - Não possuo e não li
“Austerlitz” - W. G. Sebald - Não possuo e não li
“As Aventuras de Augie March” - Saul Bellow - Não possuo e não li
“1984” - George Orwell - Possuo mas não li
“Terra Sem Vida” - T. S. Eliot – Não possuo e não li
“Os Maias” - Eça de Queiroz – Possuo e já li
“As Ondas” - Virginia Woolf – Possuo mas não li
“Dom Quixote de La Mancha” - Possuo mas não li
“Poesia” - Giuseppe Ungaretti - Não possuo e não li
“Poesia” - Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) – Possuo e já li
“Confissões” - Santo Agostinho – Não possuo e não li
“Auto-De Fé” - Elias Canetti - Não possuo e não li
“O Som e A Fúria” - William Faulkner – Possuo mas não li
“Debaixo do Vulcão” - Malcom Lowry – Possuo e já li
“O Monte dos Vendavais” - Emily Bronte – Não possuo e não li
“O Ano da Morte de Ricardo Reis” - José Saramago – Possuo e já li
“Os detetives Selvagens” - Roberto Bolaño – Não possuo e não li
“Candido ou o Optimismo” - Voltaire – Possuo mas não li
“Submundo” - Don Delillo – Não possuo e não li
“Odisseia” - Homero – Não possuo e não li
“A Divina Comédia” - Dante Alighieri – Não possuo e não li
“Quando Tudo se Desmorona” - Chinua Achebe – Não possuo e não li
“Obra Poética” Sophia de Mello Breyner Andresen – Não possuo e não li


Resumindo deste 50 livros ja li 14, tenho na minha posse mas ainda não li 11 e nunca li, nem tenho na minha posse 25 livros, atendendo que os que tenho não lidos mais cedo ou mais tarde os irei ler acho que estou a metade/metade da lista o que não é mau de todo...
Naturalmente se fosse eu a fazer a lista, seria um pouco diferente, mas na essência seria muito parecida, mas este tipo de listas, (tal como eles próprios justificam) não passam disso mesmo, listas, porque não há livros nem autores perfeitos e o que para uns é bom para outros é péssimo, mas funcionam bem como guias e sugestões de leituras.

domingo, 20 de maio de 2012

Malone Está a Morrer - Samuel Beckett



Samuel Beckett... Escritor e dramaturgo, vencedor de um Nobel, com uma história de vida fabulosa é também dos autores mais difíceis (a par de Joyce, de quem Beckett foi compatriota e discípulo) que eu já li.
A obra de Beckett é muito metafórica, estranha, vai até às profundezas do Homem, da sua condição, da sua humildade e emoção, chegando mesmo ao surreal.
Este livro, "Malone Está a Morrer", que faz parte de uma trilogia, é o exemplo perfeito da descrição que fiz da sua obra.
Temos a personagem "Malone" que se apresenta como um velho quase a morrer, e que se encontra  deitado numa cama, sozinho num quarto, sem saber aonde, nem como foi lá parar.
Ao princípio ainda ia uma mulher, também idosa mas menos que ele, levar-lhe comida, mas depois deixou de lá ir, sendo a comida entregue através de um postigo na porta.
Malone para passar o tempo, para além das suas próprias divagações vai inventar e escrever uma história num caderno que diz ter, mas que também não sabe como lhe foi parar às mãos...
Sendo assim aparece Sapocast, um jovem e a sua família.
Beckett, através de Malone vai criar uma série de situações e consegue ao mesmo tempo, intercalar de uma forma excelente as divagações de Malone com a narrativa da estória de Sapocast e sua família.
Depois de uma série de peripécias, Malone retoma a narrativa mas deixa de haver Sapocast e aparece Macmann, também um idoso que se encontra num lar/hospital psiquiátrico, onde Beckett deixa vir ao de cima a sua imaginação e o apresenta-nos mais uma série de personagens e acontecimentos surreais.
O final do livro é inconclusivo, o que leva a cada um de nós imaginar o seu fim...
O livro não é grande, mas também não é de leitura fácil, mas mostra ao mesmo tempo a inteligência e a visão da Humanidade de Beckett.



A Morte de Carlos Gardel - António Lobo Antunes


Mais um fantástico livro de António Lobo Antunes...
Seguindo o meu périplo pela leitura de Lobo Antunes, cheguei "à vez" de "A Morte de Carlos Gardel", por ventura um dos seus livros mais conhecidos (e agora ainda mais devido ao filme, que infelizmente ainda não vi).
A história inicia-se e centra-se na personagem de Nuno, um jovem toxicodependente que dá entrada num hospital em fase terminal e a partir daí a ação evolui e passa para as pessoas que a ele estão ligadas.
O pai, Álvaro que se separou da mulher quando o filho era pequeno, um homem sem ambições, "mole" e introspetivo, apenas com a sua paixão pelo tango e principalmente por Carlos Gardel, que o acompanha ao longo de toda a sua vida e que o liga ao mundo.
Claúdia, a mãe, independente, cuida do filho sozinha, tem vários casos depois de se separar Álvaro, estando na altura numa relação com Ricardo que tem a praticamente a idade do filho.
Graça, a tia, irmã de Álvaro, médica e homossexual é a (suposta) "pedra" mais forte neste conjunto de personagens, e que está junta com Cristiana, uma professora muito instável emocionalmente e ciumenta.
Para além destas há mais umas quantas personagens que também contribuem e muito para a estrutura e desenvolvimento da história.
O livro está dividido em cinco capítulos, cujos títulos são tangos famosos de Gardel e cada capítulo é a estória e visão dos acontecimentos de cada personagem. Mas Lobo Antunes como escritor genial que é, neste livro utiliza uma espécie "confrontação dos factos" em que as mesmas situações são vistas e relatadas sob a perspetiva dos diversos intervenientes, o que torna o livro ainda mais apetecível e profundo.
Lobo Antunes, também e como já fez nos seus livros anteriores, mostra-nos um Portugal "cinzento", onde as pessoas são mesquinhas, falsas, problemáticas, vivendo nos subúrbios, com falta de gosto e decadentes, ou seja o Portugal real do nosso dia a dia.
Dos vários livros que já li de António Lobo Antunes, este é dos melhores, é muito profundo e bem estruturado e comovente, vale bem a pena ler. (Entretanto fiquei muito curioso de ver o filme).

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Morte a Crédito - Louis - Ferdinand Céline


Há uns tempos li um livro deste escritor francês que muito me impressionou, esse livro é o "Viagem ao Fim da Noite". No post que fiz sobre o mesmo, falo um pouco sobre o autor e sobre toda a polémica que gira à volta do mesmo, por isso não me vou adiantar muito sobre esse assunto neste post.
Igualmente no post anterior ao falar sobre o livro referi que "... é um livro intenso, com uma leitura "pesada", com passagens fortes que mostra a condição humana na sua face mais baixa.", o mesmo se passa com este livro.
Novamente Céline vai buscar uma personagem com o nome "Ferdinand" e através do relato da sua infância, adolescência e entrada na idade adulta traça um retrato cruel e duro da França do início do séc. XX.
Céline tal como no "Viagem ao Fim da Noite" mostra-nos uma França pobre, miserável e cheia de vícios, onde a condição humana é do mais baixo que existe.A estória em si é a de Ferdinand uma criança que desde o seu nascimento se mostrou ser diferente das outras, isolado e sempre com uma tendência enorme para se meter em problemas.
Os seus pais vivem num bairro pobre, o pai empregado de escritório, com uma baixa auto-estima e que acha que todos os seus problemas advêm do filho, a mãe, comerciante de bugigangas, tem uma loja no bairro onde vivem e também corre diversas feiras para vender os seus produtos, é mais condescendente para com o filho.
Ferdinand não tem queda para a escola, só se mete em problemas, tem uma enorme falta de higiene, mas lá se vai "safando", mais tarde quando tem idade para trabalhar, vai trabalhar para um armazém, mas aí também as coisas não lhe correm muito bem e passa por diversas peripécias, mais tarde e com a ajuda do tio, vai para um colégio em Inglaterra para aprender inglês, mas aí também as coisas não lhe correm nada bem.
Regressado a França vai trabalhar com uma personagem "sui generis", um "inventor", balonista e dono de um jornal sobre invenções e ciência (em suma, um charlatão) e com ele mete-se em esquemas e enormes confusões, criando situações quase inacreditáveis de ridículas que elas são.
O livro tal como referi no início do post, apesar de ter uma linguagem "pesada" e por vezes quase "porca", mostra-nos através de Ferdinand uma visão muito irónica da classe baixa Francesa e da França em geral como só Céline conseguiu fazer.

domingo, 6 de maio de 2012

Mossad - Os Carrascos do Kidon - Eric Frattini


Eric Frattini, jornalista (foi correspondente de jornais e cadeias de televisão no Médio Oriente) e escritor cujos livros retratam vários "temas quentes", desde agências de espionagem (como no caso específico deste livro), aos meandros e mistérios da Igreja e dos Papas, e até ao Bin Laden e à Máfia, traz-nos neste livro a história, a organização e o relato/investigação de ações levadas a cabo por uma das agências de segurança mais temíveis a nível mundial, a Mossad de Israel.
Apesar de ser sobre a Mossad, este livro debruça-se mais nas ações do "Kidon", um pequeno grupo de especialistas cuja especialidade é a "eliminação física" dos inimigos de Israel.
A primeira ação realizada pela Mossad e que deu origem ao surgimento do "Kidon" seria em 1960 quando os agentes da Mossad descobrem em Buenos Aires na Argentina o nazi Adolf Eichmann, um dos principais mentores da chamada "solução final" que causou o "Holocausto" e a morte de milhões de judeus, e o conseguem raptar e trazer para Israel sendo assim julgado pelos crimes de guerra que cometeu.
A partir daqui sempre que necessário e com autorização expressa do primeiro ministro de Israel, o "Kidon"  foi utilizado para garantir a segurança do estado de Israel.
Outra das ações aqui retratadas mais conhecida e espetacular que o "Kidon" realizou foi a "caça" e "eliminação" dos terroristas que em 1972 mataram os atletas olímpicos de Israel nos jogos de Munique (esta ação foi também muito bem retratada no excelente filme de Steven Spielberg "Munique").
Para além destas duas ações muitas mais (ou pelo menos as mais conhecidas) são retratadas neste livro, desde 1960 até aos dias de hoje (ainda há bem pouco tempo instalou-se uma polémica quando agentes do "Kidon" foram descobertos no Dubai com passaportes europeus), e o leque de inimigos vai muito além dos terroristas Palestinianos, passa também por dissidentes Israelitas, cientistas (físicos nucleares) do Irão e até mesmo o polémico caso do poderoso magnata da imprensa Robert Maxwell que supostamente também foi morto pela Mossad. Os métodos utilizados também variam conforme o caso, e vão desde a morte "cara a cara" com armas de fogo, a bombas e armadilhas explosivas até à utilização mais recentemente de "UAV'S", mísseis inteligentes e helicópteros de guerra (Apache).
Quer se concorde ou não com estes métodos, temos que admitir que Israel sempre soube lutar contra os seus inimigos e uma das armas mais utilizada foi a eliminação física das pessoas que mais mal e perigo causam à integridade do estado de Israel.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Limite - Frank Schatzing


Há muito que não lia um livro com tanta ação como este "Limite" de Frank Schatzing. Passado num futuro próximo (2025), é um misto de ficção científica com policial e espionagem.
Num planeta Terra cujas reservas de petróleo estão quase no fim, Julian Orley (personagem que é um misto de Steve Jobs e Richard Branson), um visionário e o homem mais rico do planeta, consegue dinamizar a exploração espacial e com isso a extração de um  minério (Hélio 3) que só existe na Lua em quantidades praticamente inesgotáveis e não poluidor, libertando assim o planeta da necessidade do petróleo.
Entretanto na China, temos um detetive privado especializado em crimes cibernéticos que é contratado para descobrir uma jovem também ela hacker e dissidente que andava foragida e perseguida.
A partir daqui a ação do livro começa a ser cada vez mais complexa, sendo passada em vários sítios do planeta e até mesmo na Lua e com diversas personagens, onde temos entre elas um grupo de ricos investidores que são convidados a por Orley a irem à Lua, onde se irá passar talvez a parte mais intensa da estória.
Como disse atrás, este livro é uma mistura de ficção científica com espionagem, Frank Schatzing já reconhecido com o seu anterior livro "O Quinto Dia", pelos seus conhecimentos científicos, aqui também não fica atrás, as suas descrições da Lua, das naves, do "elevador espacial", da extração de Hélio 3, são extremamente coerentes, corretas mas ao mesmo tempo bem integradas na ação não fazendo com que essas partes se tornem "mortas" e "chatas" estragando o livro. Também toda a parte cibernética e informática está muito verosímil e interessante.
A acção em si, é um crescendo, sendo no início um pouco mais calma, com a "apresentação" das personagens (que são bastantes) e a contextualização da ação no espaço e no tempo, mas depois o ritmo aumenta, tornando-se mesmo frenético e atingindo o clímax no final... Há partes de ação extrema, com perseguições, tiroteios, fugas, enfim havia alturas que parecia que não estava a ler um livro mas sim a ver um filme de tão boas e intensas que essas partes são.
Ou seja neste livro temos um pouco de tudo, viagens espaciais, detetives, dissidentes, assassinos profissionais, golpes de estado, ditadores de estados falhados, hackers, bombas nucleares ou seja uma "mistura explosiva" em que resulta este excelente livro que nos cola à leitura, fazendo com que as suas mil e poucas páginas não custem nada a ler.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia


E porque hoje é o Dia Mundial da Poesia, aqui fica um poema do grande Almeida Garrett

Este Inferno de AmarEste inferno de amar - como eu amo! - 
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi? 
Esta chama que alenta e consome, 
Que é a vida - e que a vida destrói - 
Como é que se veio a atear, 
Quando - ai quando se há-de ela apagar? 

Eu não sei, não me lembra: o passado, 
A outra vida que dantes vivi 
Era um sonho talvez... - foi um sonho - 
Em que paz tão serena a dormi! 
Oh! que doce era aquele sonhar... 
Quem me veio, ai de mim! despertar? 

Só me lembra que um dia formoso 
Eu passei... dava o sol tanta luz! 
E os meus olhos, que vagos giravam, 
Em seus olhos ardentes os pus. 
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei; 
Mas nessa hora a viver comecei... 

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

quarta-feira, 14 de março de 2012

"Em Nome da Pátria"

Este foi um dos livros que já foi lido este ano e que nos traz uma visão diferente e aprofundada sobre a Guerra de África.
Neste livro, Brandão Ferreira, mostra-nos as causas da guerra, os seus antecedentes históricos, a posição de Portugal no mundo, a "justeza" ou não da guerra, a legitimidade de Portugal em possuir os territórios ultramarinos, a política de Portugal em relação a esses territórios, a conjectura mundial (a invasão de Goa pela Índia, o apoio Russo e Norte-Americano aos movimentos independistas) e as pressões que Portugal sofreu dos outros países por causa desses mesmos territórios ao longo dos séculos, desde as descobertas até às independências.
Fala também sobre a política e as condições sócio-económicas de Portugal e dos territórios ultramarinos, a sustentabilidade da guerra e do desgaste de Portugal que culminou com o 25 de Abril de 1974 e a má retirada de Portugal de África.
Apesar de não concordar com alguns pontos de vista (nomeadamente políticos) do autor, considero este livro um documento soberbo, exaustivo, pormenorizado e interessante sob o ponto de vista historiográfico e social.
Apesar de a guerra já ter terminado à quase 40 anos, ainda é um tema "tabu" e muito mistificado, este livro como atrás disse mostra uma visão totalmente diferente, objectiva, e sem receios de fazer certas afirmações ou verdades que foram reprimidas durante estes anos todos, por não serem "politicamente correctas".
A guerra existiu, durou de 1961 a 1975, milhares de homens de ambos os lados nela combateram em frentes diferentes (Goa, Angola, Moçambique e Guiné) e não podemos esquecê-la, temos de olhar para ela objectivamente e tirar todas as lições possíveis de tudo o que nela aconteceu directa ou indirectamente. 
Nesse aspecto este livro está fantástico e recomendo-o a toda a gente.

Regresso

Sei que há mais de 6 meses que não venho aqui ao "O Que Eu Leio", no último semestre de 2011 a minha vida privada teve de se "virar" para outro objetivo que eu tracei e nisso resultou a minha falta de tempo para as leituras e consequentemente para vir aqui deixar as minhas opiniões. Com o novo ano, retomei as leituras, mas continuei sem aqui vir, mais por preguiça, do que por falta de tempo, mas hoje decidi que tinha de recomeçar a divulgar as minhas opiniões/sugestões de leitura como fazia anteriormente.
Não prometo que seja com a regularidade do ano passado, visto que o meu ritmo de leituras agora é mais lento mas sempre que um livro me despertar mais a atenção, prometo vir cá "opinar" sobre ele.
Aos leitores que me seguiam deixo as minhas desculpa e como disse no parágrafo anterior prometo não deixar cair este meu/vosso blog sobre livros e leituras.
A todos o meu obrigado

Nuno Martins