sábado, 25 de setembro de 2010

Booktrailer: Marina de Carlos Ruiz Zafón



Dia 30 de Setembro - "Marina" de Carlos Ruiz Zafón - finalmente!!!!!!

sábado, 11 de setembro de 2010

Berlim Alexander-Platz - Alfred Doblin


Como disse no post anterior sobre o "Fédon" de Platão, um dos livros que li recentemente depois de "O Homem Sem Qualidades" de Musil foi este excelente "Berlim Alexander-Platz" de Alfred Doblin.
Tal como é referido na capa desta edição, este livro está considerado "Um dos 100 livros mais importantes de sempre. Uma obra-prima da literatura."
"Berlim Alexander-Platz" trás-nos a estória de Franz Biberkopf, "...trabalhador dos cimentos e mais tarde do transporte de mobílias..." que após cumprir uma pena de quatro anos de prisão por ter morto à "porrada" a sua companheira volta de novo à liberdade e à cidade de Berlim, com a firme resolução "de se manter decente" e a sua luta para que isso aconteça.
O livro começa com a saída da prisão de Franz e logo aí começam as suas dificuldades, a estranheza que ele sente, o "esmagamento" que a cidade lhe provoca devido à sua dimensão e tudo isso leva-o a ter um ataque de panico, durante esse ataque ele conhece um judeu que o ajuda a voltar à realidade e nesse encontro que ele toma a resolução de se manter um "Homem decente", viver sem ter ou causar problemas.
Naturalmente que na Berlim do final dos anos 20, envolvida numa grande crise e mudanças tanto sociais como políticas e económicas devido à derrota na I Guerra Mundial e às resoluções sobre ela tomadas no Tratado de Versailles, não é fácil isso acontecer.
Franz que apesar de ser um homem grande e forte é um pouco ingénuo e envolve-se com pessoas que não são o que ele julga.
Uma dessas personagens é Reinhold um jovem com um temperamento terrível que pertence a um bando de criminosos. É devido a esse  Reinhold que toda a vida de Franz vai mudar, é por causa dele que vai perder um braço, é por causa dele que vai perder Mieze, uma jovem prostituta que se apaixona por Franz e que o ajuda a "Manter-se decente".
Pode-se pensar que é um exagero a crítica que vem na capa e com a qual iniciei este post, mas não é, este livro tem uma escrita única, uma cadência de texto extraordinária, muito visual, descreve a cidade de Berlim, principalmente a zona de acção de Franz de uma forma que nunca li, através de pequenas estórias, acontecimentos e até mesmo notícias de jornais que são intercaladas na estória principal.
Por alguma razão este livro já foi adaptado várias vezes ao cinema, sendo que uma delas numa obra monumental de cerca de 15 horas (que eu tenho em DVD), pela mão do não menos famoso realizador alemão Rainer Werner Fassbinder.
Tal como Dublin no "Ulisses" de James Joyce é a principal personagem, neste livro é a cidade de Berlin e a sua sociedade em particular a baixa sociedade, os pequenos criminosos, prostitutas, vigaristas que com os seus vícios, actos e até mesmo com a sua linguagem em gíria que são o principal personagem e que dão vida a este livro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fédon - Platão




Depois de ler "O Homem Sem Qualidades" e "Berlim AlexanderPlatz" (livro sobre o qual também irei postar brevemente a minha opinião neste blog), decidi ler uma obra mais pequena para "desanuviar" e sendo assim escolhi um dos melhores textos/diálogos escrito por um dos pais da filosofia; o "Fédon" de Platão
Neste livro "Fédon", Platão vai falar acerca da imortalidade da alma e para isso vai "pegar" no último dia de vida do seu mestre e também "pai" da filosofia; Sócrates e numa suposta conversa que ele teve sobre esse tema com os seus discípulos antes de morrer. (Sócrates foi condenado por um tribunal de Atenas a suicidar-se com veneno, acusado de "desviar" e "corromper" a juventude Ateniense com as suas ideias filosóficas).
O argumento é simples, começa tempos depois da morte de Sócrates, em que Fédon um dos discípulos presentes nesse dia, cruza-se com Equécrates e é interrogado pelo mesmo sobre o que Sócrates disse nesse seu último dia de vida, a partir daí Platão usa Fédon para reproduzir o diálogo e expressar na pessoa de Sócrates as suas teorias sobre a imortalidade da alma.
O diálogo tal como é normal em Platão é bastante coeso e fluído e no qual através da argumentação, da retórica e da utilização constante de premissas é justificada e explicada a imortalidade da alma e a pureza daqueles que tal como Sócrates que "renegaram" os prazeres carnais e apenas se dedicaram pura e exclusivamente à filosofia atigindo com isso a perfeição e a imortalidade.
Faz também uma descrição do que seria na ideia dele o "Hades" mundo para o qual as almas iriam após a morte dos corpos onde habitavam e para onde essas mesmas almas seriam conduzidas conforme o seu comportamento em vida. (Aqui vê-se uma grande parecença com as crenças cristãs, visto que também existem três locais distintos para as almas serem encaminhadas, uma espécie de "Inferno", "Purgatório" e "Paraíso" gregos.
O edição que li é a da "Guimarães Editores" da Colecção Filosofia & Ensaios, tamanho de bolso mas sem descurar a qualidade. Para além do diálogo propriamente dito, o livro contém também um prefácio/introdução exaustivo que explica e situa a obra e Platão no espaço e no tempo, explica a divisão do diálogo e as ideias principais sobre o tema, além deste prefácio/introdução o próprio texto é acompanhado de notas que ajudam a perceber e a situar-nos sobre as ideias expressas mas também na mitologia grega e outras teorias filosóficas gregas que tanto podem refutar como apoiar as de Platão.
Um pequeno livro mas sem dúvida um texto extraordinário, que apesar de já ter milhares de anos não deixa de impressionar quem o lê, mesmo aqueles que tal como eu apenas têm o conhecimento filosófico de "secundária".